LITERATURA
Sinapses Poéticas: Paulo Mendes Campos por Xico Sá
31.07.19: quarta às 20hSinapses poéticas ocorrem quando os choques entre as células nervosas que animam a víscera primordial, conhecida como "cérebro", geram um ápice de conexões, provocando o surgimento não de um curto, mas de um longo circuito de percepção épica desse mosaico sensorial apelidado de Mundo.
Dylan Thomas, e.e. cummings, Pablo Neruda, Silvia Plath, Werner Herzog, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Adalgisa Nery, Jorge Amado, Cassiano Ricardo, Marguerite Duras, Pier Paolo Pasolini, Jean Genet, W. H. Auden, Robert Frost, Jeremy Narby, entre outros, formam um amálgama de escritores, dramaturgos, músicos, cineastas e antropólogos de estilos e linguagens heterogêneas. Todos eles desbravadores da alma humana e dos mistérios da vida. Todos eles possuem o calhamaço de chaves que abrem as portas enferrujadas das nossas inquietações ancestrais, todos eles nos ajudaram a destravar sentimentos adormecidos lá no quarto escuro da nossa inconsciência, jogando luz através da literatura, da poesia, do verbo e do pensamento. Todos eles convergem para a palavra ou concernem da palavra. Cada um através de suas ferramentas investigativas criaram suas sinapses poéticas.
O projeto Sinapses Poéticas torna o "verbo" como o seu cerne. Prosa, poemas, diários, o epistolar, ensaios, crônicas, letras de músicas, voice-over cinematográfico, a "palavra" como protagonista, como fio condutor para se chegar num desprendimento emocional e espiritual. O espetáculo-ensaio está estruturado na conexão da oralidade (declamação de poemas, recortes literários e sínteses biográficas) com breves reflexões e entrevistas com convidados, tendo em alguns momentos a intersecção de LP's de poesia declamada tocado ao vivo e fragmentos de vídeos dos autores homenageados recitando seus próprios textos. O convidado da noite refletirá sobre os aspectos estéticos, filosóficos e socioculturais desse autor, trazendo um novo contexto em torno de parte de sua obra poética.
PAULO MENDES CAMPOS
Escritor, poeta, cronista, tradutor e jornalista, o belo-horizontino Paulo Mendes Campos é parte integrante da grande geração de poetas e cronistas mineiros ao lado de Fernando Sabino, Otto Lara e Hélio Pellegrino. Foi amigo de Pablo Neruda e publicou dezenas de crônicas e poesias, incluindo “O Domingo Azul do Mar (1966)”, “Transumanas” (1977), “Trinca de Copas”(1984), “Os Bares Morrem Numa Quarta-Feira” (1980)entre outras antologias e compilações.
Como tradutor se debruçou nas obras de Oscar Wilde, Shakespeare, Charles Dickens, Jorge Luis Borges, T.S. Eliot, Emily Dickinson, Rosalía de Castro e muitos outros. Esse ano faz 40 anos do lançamento de “Poemas” (1969) e 50 anos o seu livro de crônicas “O Anjo Bêbado” (1969).
XICO SÁ
Jornalista, escritor e cronista, o cearense Xico Sá começou a carreira em Recife onde se destacava na imprensa alternativa local, Em seguida já nos anos 1990 ele se mudou para São Paulo como jornalista investigativo da Folha de São Paulo. Paralelamente foi lançando livros de crônicas, escrevendo colunas semanais e participando de mesas sobre futebol na TV. Tem lançado mais de 13 livros.
FICHA TÉCNICA
Direção, Roteiro e Concepção Artística | Eduardo Beu
Mediação | Ian Uviedo