MÚSICA
Edgard Scan­durra: o ope­rário do rock
07, 14, 21 e 28.05.18: segundas às 20h07.05.2018: Amigos Invisíveis
Gravado em 1989, esse trabalho concretizou a estética modernista tão característica do guitarrista mais influente do rock nacional – estética apelidada por ele de “tropical mod”. O show é um pontapé inicial nas comemorações de 30 anos do lançamento do álbum, em 2019. O projeto ganhou o nome “Amigos Invisíveis” porque, no estúdio, Scandurra gravou todos os instrumentos, contando com a “ajuda” imaginária de seus ídolos e influências.
Agora, ele conta com a presença mais que visível dos músicos Daniel Scandurra no baixo, Taciana Barros nos teclados, Fábio Golfetti na guitarra e Rodrigo Saldanha na bateria. Edgard e banda apresentarão o álbum na íntegra, na ordem da gravação original, celebrando um trabalho que figura como um dos clássicos do rock brasileiro, admirado por seus fãs e tão importante para a sua história.
14.05.2018: Mercenárias e Smack
Formada em 1982, a banda punk As Mercenárias tinha Sandra Coutinho no baixo, Rosália no vocal e Ana Machado na guitarra. A primeira formação da banda contava com Edgard Scandurra na bateria. O disco de estréia, “Cadê as Armas?” é um clássico do punk rock brasileiro, com petardos como “Polícia” e “Santa Igreja”, e a participação de Scandurra na produção.
Ainda na primeira metade dos anos 80, Scandurra fundou o Smack junto com a baixista Sandra Coutinho, das Mercenárias, o baterista Thomas Pappon, das bandas Voluntários da Pátria e Fellinni, e o guitarrista Sergio Pamplona, o Pamps, que tocou com “meio mundo”. O primeiro álbum da banda – “Ao vivo no Mosh” – é uma pérola bruta sonoridade pós-punk carregada de experimentalismo e influências brasileiras.
Acompanhado de amigos, Scandurra reviverá clássicos do repertório das duas bandas em um show que já promete ser antológico.
21.05.2018: Voz, violão e guitarra
Lembranças afetivas de canções que marcaram uma vida: a vida de Edgard Scandurra. Um olhar para o passado, como se lá, o moderno fosse mais moderno do que é hoje.
Scandurra chama Silvia Tape e o músico Johnny Boy para cantar de Aphrodite Childs a Daft Punk, trilhas de David Linch e Alan Parsons, alguns lados “mais que B” e canções inéditas de sua autoria. Um mergulho intimista em um oceano de referências e releituras. Simplesmente imperdível.
28.05.2018: Benzina
Um som potente, com variações entre o rock e a emusic, dos 50 aos 150 bpm, passando pelo rock modernista, eletro rocks, baladas a la serge gainsbourg e “lenhas” ao estilo infernal do tecno underground. Assim é definido seu último trabalho com o projeto Benzina, ao lado de Sandra Coutinho (Baixo e Voz) e Michelle Abu (Bateria e Percussão), “Amor Incondicional”. É o trabalho mais eletrônico do músico e é apontado pela mídia brasileira especializada como uma das jóias raras da nova música eletrônica.
A apresentação do trio trás em comum, mesmo com tantas variações, o timbre único que desenvolveram nessa mistura interessante de novas tendências, além da energia e o prazer de fazer um som que leva o ouvinte a fechar os olhos, se emocionar e dançar, dançar e dançar…
Escute aqui a entrevista de EDGARD SCANDURRA sobre a temporada, pelo curador Alexandre Matias.
EDGARD SCANDURRA
A história de Edgard Scandurra se confunde com a história da música brasileira dos últimos 35 anos, através do rock, da música eletrônica e do underground.
Fundador, guitarrista e compositor do Ira!, artista consagrado por seu estilo único em riffs e solos de guitarras, Scandurra é uma unanimidade entre público, crítica e artistas das mais diversas cenas musicais do Brasil. Foi eleito dezenas de vezes “o melhor guitarrista do Brasil”, até se tornar hours concours. Canhoto que não inverte as cordas para tocar, começou bem criança, com 5 anos, e nunca mais parou. Ao 15 anos já liderava a banda de punk-rock Subúrbio, que mais tarde virou o Ira!, grupo seminal do rock brasileiro dos anos 80. Ainda naquela década foi baterista da banda Mercenárias, referência no punk-rock underground brasileiro, e gravou dois discos com o grupo Smack.
Em 1989, ele gravou o primeiro disco solo, Amigos Invisíveis, um mergulho profundo na estética modernista batizada de “tropical mod”; em 1996, lançou o segundo, Benzina. Nessa época, Scandurra já tinha sido fisgado pela música eletrônica, que percorre todas as faixas do álbum.
Gravou a guitarra de diversos álbuns do parceiro Arnaldo Antunes. Relacionado na lista dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira da revista Rolling Stone, participa ativamente da nova cena musical brasileira, colaborando nos trabalhos de nomes como Karina Buhr, Barbara Eugenia e Marcelo Jeneci, entre outros.
Em 2009, junto com Arnaldo Antunes, Taciana Barros e Antonio Pinto, lança o projeto Pequeno Cidadão, voltado para o público infantil, com participação dos filhos dos músicos.