CINEMA
[:a.cinema:] & JOURNEY THROUGH THE SENSES: [:visualflux]
09.10.24, quarta às 20hAo longo dos últimos anos, em diferentes cenas os membros do [:a.cinema:] vêm pesquisando as possibilidades das práticas improvisativas envolvendo performance de som & imagem, também nomeadas hoje Live Cinema. O resultado é uma experiência de forte caráter imersivo, demandando dos performers alto nível de concentração e integração, para oferecer ao público um resultado único e irrepetível, como é próprio da performance. Num mundo em perpétua e intensa transformação, as práticas performáticas emergem como resposta à demanda do acontecimento sensível ao instante e ao risco, necessários à emergência do novo, e têm ganhado cada vez mais relevância na cena contemporânea.Buscando os limites da síntese entre som e imagem em criação coletiva, partindo de amplo repertório de imagens abstratas ou documentais + sons eletrônicos & analógicos, Rodrigo Gontijo, Sérgio Basbaum e Dino Vicente performam estruturas contrapontísticas e dialógicas que sobrepõem e contrapõem diferentes texturas e temporalidades, descobrindo possibilidades da criação de um espaço de acontecimento plástico da audiovisão.Em tal contexto de pesquisa & experimentação, a performance [:visualflux:], realizada em colaboração com Journey Through The Senses, busca seus motivos principais em alguns dos pioneiros da sinestesia na artes, no cinema abstrato e na chamada Visual-Music, re-interpretando esses universos poéticos nos termos dos desafios estéticos e técnicos contemporâneos. Tal como em todos os campos da arte, os anos 1960 foram férteis em criações de cinema abstrato, apontando possibilidades poéticas e imagéticas que alimentaram o imaginário experimental das décadas seguintes. Tendo como referência o "flickering cinema" de Peter Kubelka, as cores orgânicas e psicodélicas do Joshua Light Show, as mandalas hipnóticas dos irmãos James e John Whitney, e a materialidade objetiva dos filmes do grupo Fluxus -- todos eles referências fundantes para as práticas contemporâneas de Live-Cinema.
Journey Through The Senses opera como uma Organização Internacional Sem Fins Lucrativos, dedicada à celebração da diversidade humana e à exploração do incrível espectro da experiência humana. Atualmente, o JTTS vem construindo colaborações com organizações de ideais semelhantes ao redor do mundo para criar eventos íntimos e significativos focados na neurodiversidade e nos cinco sentidos humanos. Durante os anos de 2022 e 2023, colaborou com 10 diferentes organizações para criar eventos em nove países, de Xangai a Dublin, de Nairóbi a Haia. Em 2024 colabora com [:a.cinema:] para a apresentação de [:visualflux:]
Ficha técnica
Dino Vicente - Sintetizadores
Rodrigo Gontijo - Cinema ao vivo
Sérgio Basbaum - Guitarra fretless
Iolanda Sinatra - Produção
Cauê Gouveia - Iluminação
Leandro Simões - Técnico de som
Journey Through The Senses - Curadoria e colaboração
Maria Oosterveen - Curadora
Duração: 50 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=tpOWTqnoDgs
Rodrigo Gontijo é artista, curador e professor na Universidade Estadual de Maringá. É doutor e mestre em Multimeios pelo Instituto de Artes da UNICAMP e bacharel em Comunicação e Multimeios pela PUC-SP. É autor de artigos sobre cinema experimental, filme-ensaio e cinema expandido. Organizou os livros "Cineclubismo à Distância - descentramentos no cinema brasileiro contemporâneo" (Org. Marcus Bastos e Rodrigo Gontijo, Ed. EDUC/2022) e "Sobre o Contemporâneo - Multimeios de Possibilidades" (Org. Rodrigo Gontijo e Roger Colacios, Ed. Vox Littera/2023). Desenvolve projetos artísticos de cinema ao vivo (pré- cinema e pós-cinema), performances audiovisuais, instalações e filme-ensaio. Em 2023, realizou a exposição individual NONADA na Casa Galeria em São Paulo.
Dino Vicente é músico, produtor e artista sonoro. Compositor de trilhas sonoras para cinema, realizou entre outros: Viola Avançada (2024), “Música das Esferas” (2024), ”Brasil, 500 Anos de Economia” (2023) “De quanta terra precisa o homem” (2022), “Tempo Ruy” (2021), “Inaudito” (2017), “O Olhar do Boto” (2017), "Filme Som" (2015), "O Dia Que Durou 21 Anos" (2013). Produziu e atuou em diversos trabalhos com Arrigo Barnabé, Cesar Camargo Mariano, Nelson Ayres, Rita Lee, Mulheres Negras, Itamar Assunção e Belchior. Suas pesquisas com música e computação quântica tiveram estreia no “2nd International Symposium on Computing and Musical Creativity, Berlin” (2023) e uma segunda apresentação telemática (Alemanha/Brasil/Finlândia) no Festival CTM (Berlin 2024).
Sérgio Basbaum é artista e pesquisador. Músico, bacharel em Cinema (ECA-USP), mestre e doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), com pós-doutorado em filosofia (UNESP). É professor da PUC-SP, e autor de "Sinestesia, Arte e Tecnologia" (Annablume-FAPESP, 2002), "O Primado da Percepção e suas conseqüências midiáticas (Intermeios-FAPESP, 2016), “Redesejo - logo haicais e outros poemas” (Laranja Original, 2017), além de diversos artigos publicados.