TEATRO
O Invisí­vel
24 a 26.10.08Um homem, dizendo-se invisível, busca a ajuda de um jovem que ele afirma ser o único que pode enxergá-lo. A partir dessa idéia, o autor desenvolve uma peça cuja maior característica é a densidade poética de sua linguagem.
No enredo de O Invisível, um homem (Helio Cicero), que se encontra no parque de uma metrópole, entusiasma-se ao ser visto por um jovem (Duda Mattos), afirmando que estava invisível há muito tempo. Reservado, aos poucos o homem revela a trágica história de seu desaparecimento aos olhos de todos e, mais doloroso, aos olhos de seu único filho. Agarrando-se a essa oportunidade de contato, o homem pede ao jovem que procure por seu filho. O desenrolar da trama tece uma reflexão sobre a indiferença com que as pessoas se tratam e sobre o beco sem saída para o qual a sociedade contemporânea tem se dirigido, mergulhada no individualismo. O tom da peça é poético, na medida exata para expor a visão do autor Samir Yazbek sobre as relações humanas. O ator Helio Cicero aparece na escuridão do palco na maior parte do tempo. Ele dá corpo e voz a esse homem que garante não ser visto por ninguém. O jovem é, portanto, sua única esperança para contatar o filho. Dirigidos por Maucir Campanholi, os personagens conduzem um tenso e inusitado diálogo, cujo contraste é cheio de significado e muito bem administrado pelos atores, proporcionando à encenação uma qualidade metafísica e transcendental, que dá vigor e beleza à peça. O desfecho abrupto e sem respostas deixa com a platéia o difícil exercício de reflexão.
Texto: Samir Yazbek
Direção: Maucir Campanholi
Elenco: Helio Cicero e Duda Mattos
Assistência de direção: Tania Kesselman
Cenografia e figurino: Chris Aizner
Concepção de iluminação: Celso Marques
Sonoplastia: Sérgio Rezende
Companhia Teatral Arnesto nos Convidou
Ingressos: R$ 20,00
Duração: 50 min
Ind. Idade: 10 anos
Gênero: Drama