DANÇA
COMPANHIA DE DANÇA SIAMESES: RUBEDO
19, 22 e 26.09.19: quintas e domingo às 20hÚltima obra da Companhia de Dança Siameses, "Rubedo" é um trabalho sobre a transformação, sobre esse lugar de abandonar todos os padrões estabelecidos e descobrir seu próprio caminho, um caminho do hibridismo: de ser feliz por ser quem se é, ao descobrir esse potencial único do espírito que nos faz olhar o outro também como uma singularidade no planeta e daí, descobrir a beleza de estar vivo. O hibridismo de "Rubedo" é levado para dança por um fio que vai além do dramatúrgico: ele está imbricado com a própria linguagem da dança. O trabalho procura no diálogo com a tecnologia uma forma de potencializar a experiência imersiva do espetáculo, fazendo uso de vídeo-mapping como parte do material coreográfico.
A Companhia de Dança Siameses, dirigida pelo coreógrafo e bailarino Maurício de Oliveira, apresenta Rubedo (2016) – trabalho vencedor do prêmio APCA de Melhor Criação/coreografia e indicado ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo (2017). A obra é o desfecho da “Trilogia Alquímica”, iniciada com as peças Nigredo (2012) e Albedo (2014). A remontagem teve apoio do 24° Edital do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo e conta com cinco bailarinos em cena.
Um dos nomes importantes da dança contemporânea do Brasil, Maurício de Oliveira, partiu da visão de James Hillman, o criador da psicologia alquímica, para criar a obra. “A alquimia é a arte da transformação e trabalha com o processo de elevar a matéria a um nível superior de manifestação e, sendo assim, abriga uma metáfora poderosa para o trabalho psicológico”, diz o coreógrafo.
‘Rubedo’, palavra de origem latina, significa avermelhado e reflete uma atividade da libido em que prevalece o instinto. Para Hillman, traduz o momento de extremo prazer, objetificado como beleza, momento de enxergar o brilho nas coisas terrenas, quando o desejo se torna a linguagem do mundo, um Eros que aprecia o mundo e anseia por ele. A coreografia versa sobre a vida em transformação, sobre a urgência de abandonar os padrões estabelecidos para descobrir um caminho próprio, de ser feliz por ser quem se é e reflete sobre o descobrimento desse potencial único do espírito de fazer olhar o outro como uma singularidade no planeta e reconhecer-se como parte de um todo cósmico, que manifesta sua verdade na pluralidade das formas de viver. Oliveira tem um modo de trabalhar próprio, em que o processo se dá pelo alcance da compreensão das coisas do mundo até a exaustão da própria busca. No processo, as questões são traduzidas para o movimento e pesquisas, repetições, reconfigurações e eventual execução.
No caso de Rubedo, os elementos presentes ao longo do processo foram as imagens associadas às cores. “A alquimia pensa por meio das imagens e as imagina em termos de cores”, afirma o coreógrafo. “Portanto, nesse espetáculo oferecemos imagens inusitadas, projetadas através de vídeo-mapping, que criam a costura de toda obra, como se fossem sonhos permeando os momentos de vigília, lembranças resgatadas e integradas à realidade. Imagens que funcionam como bússola que, ao contrário do que se espera, nos dão a direção da perda e do abandono, proporcionando, assim, uma leitura não linear do tempo e dos seus acontecimentos”, completa o coreógrafo.
MAURÍCIO DE OLIVEIRA Nascido em Goiânia, é bailarino, coreógrafo e artista plástico. É diretor artístico da Siameses Cia. de Dança, companhia que criou em 2005 e foi vencedora de alguns importantes prêmios, como o Prêmio Bravo! (2012). Já atuou como bailarino no Balé da Cidade de São Paulo, Balé do Teatro Castro Alves, Choreographies Theather Von Johan Kresnik (Berlim), Frankfurt Ballet (sob direção de William Forsythe), Pretty Ugly Dance Company (sob direção de Amanda Miller), Jazzex Dance Company (Den Haag), entre outros. Como coreógrafo criou para o Balé da Cidade de São Paulo, Balé do Teatro Castro Alves, São Paulo Companhia de Dança, Distrito Companhia de Dança, entre outros. Em 2009 dançou na The Mythic Radio Theater, de Dana Caspersen, pela Forsythe Company. Em 2002, realizou uma exposição de suas pinturas e desenhos no Tat Bockenheimer Depot, em Frankfurt.
COMPANHIA DE DANÇA SIAMESES Criada e dirigida por Maurício de Oliveira, desenvolve, desde seu nascimento em 2005, uma linguagem própria em que busca o entendimento do aparato físico e mental do artista. Oliveira costuma unir informações provenientes do estudo da Hatha Yoga (Iyengar), da técnica Alexander e de outras técnicas corporais que favoreçam a apreensão dos mecanismos de funcionamento da estrutura de integração corpo e mente. Entre os trabalhos do grupo estão Jardim Noturno (2005), Olhar Oblíquo (2006), Objeto Gritante (2011), além da trilogia Alquímica Nigredo (2012) – vencedor do prêmio Bravo de melhor espetáculo do ano de 2012, Albedo (2014) e Rubedo (2016).
FICHA TÉCNICA
Concepção e direção: Maurício de Oliveira
Dramaturgia: Maurício de Oliveira e Bergson Queiroz
Coreografia: Maurício de Oliveira e Elenco
Intérpretes/Criadores: Ivan Bernardelli, Marina Salgado, Rodrigo Rivera, Vinícius
Francês, Graziely Perdiz
Pesquisador convidado: Tono Guimarães
Pesquisa sonora: Maurício de Oliveira
Criação de Trilha: Arthur Decloedt
Edição e Mixagem: Vinicius Francês
Projeto de luz: Aline Santini
Figurino: Adriana Hitomi
Kimonos: Pedro Ivo Costa
Vídeo mapping e Operação de Luz: Cibele Appes, Eduardo Alves - Fuzuê Filmes
Criação de Objetos manipuláveis: André Mello e Duda Paiva
Criação de Adereços: André Mello
Fotografia: Celso Doni, Willian Aguiar, Arthur Wolkovier, Estúdio Ballet em Foco
Projeto Gráfico, Produção e revisão de texto: Tono Guimarães
Direção de Produção: Alessandra Herszkowicz, Tanza Produções
Assistente de Produção: Tono Guimarães